quarta-feira, 28 de maio de 2008

A capa e o traje

Mais uns momentos que entretanto me lembrei:
*a tua franja parece mesmo franja à lésbica!
*A puta, a lésbica, a diaba e a biscoito! [vocês sabem que eu vos adoro a tender para +oo]


Não suporto mais estes dias! Não consigo concentrar-me, não consigo encontrar um bocadinho de força de vontade que seja!
Calhei hoje à tarde a olhar para a capa do traje. Um tecido preto, quente, comprido. Completamente negro, por agora. Já com algumas marcas da semana académica deste ano.
Mas creio que a capa seja muito mais que isso.
Que é a capa senão o sitio onde no escondemos?! Onde escondemos o bom e o mau. Escondemos talvez não... Mas o sitio onde guardamos o que tem de ser guardado e não o mostramos a qualquer um.
Que é a capa senão o sitio onde abrigamos aqueles que gostamos mais?
Que é a capa senão o tecido negro onde presenciamos palavras de dor, de amizade, de alegria?
É o tecido que nos protege do mundo lá fora. Como um escudo...
Que é esta capa que vejo à minha frente senão uma mão que me aquece e apoia quando estou sozinha?
Sim... É só um tecido... Um objecto! Uma coisa! Coisa essa que deixa de ser coisa quando ela mesma começa a ter uma coiso de um significado!
Não é tempo ainda de ter qualquer cor. É tempo de ser absolutamente negra. Talvez se assemelhe aos dias que correm...
Da próxima vez, vou envergar a capa como se de luto eu estivesse. Pois não há mais esperança para uma amizade em coma [gostei da expressão... não gosto de pensar que algo que prezo muito possa, ou já tenha morrido!]. O que sinto debaixo da capa, só eu sei. O que penso, não transporá o negro. A gravata pode apertar-me o pescoço, mas não é ela que me condena pelos meus actos. A saia, porventura, poder-me-ia apertar a cintura, mas só me deixa sentir o frio lá fora, frio que por dentro não consigo ser. Os sapatos, esses aguentam com um peso não só físico, mas emocional. Carga emocional difícil de suportar.
Mas ninguém é perfeito, e eu escondo debaixo da capa a perfeição que nunca vou ser.
Melhor assim!


**** [beijinho para a Ana Cláudia]
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Não ao Novo Acordo Ortográfico