segunda-feira, 29 de setembro de 2008

2

São duas cores que se confundem no final do horizonte.
Dois gestos que ficaram por fazer.
Duas palavras meio ditas.
Duas mãos acabadas de enlaçar, e dois sorrisos tímidos.
Duas rosas no meio do jardim com dois espinhos cada uma.
Duas rosas com duas cores!
Duas rosas perfeitas, no centro de de duas janelas diferentes.
Dois olhares de esguelha, e dois olhares de frente logo a seguir.
Dois minutos a correr até uma mais um fazerem dois felizes.
Cinco dias sem te ver, mas dois dias para poder ser tudo em duas horas.
Para poder olhar duas vezes, sorrir duas vezes, brincar duas vezes, dizer-te que me és importante duas vezes!
Duas chamadas não atendidas e duas mensagens por escrever.
Duas musicas que nos ligam e dois motivos que nos separam.
Duas almas que se encontram, dois espíritos que se voltam a ver.
Dois... Eu e Tu!!!
Porque à segunda... Foi de vez!

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

Às Vezes Acontece

Não deviam haver lágrimas para deitar cá para fora,
ou sorrisos à espera de serem arrancados.
Enquanto gela lá fora, por dentro o fogo não consegue iluminar a escuridão.
Perdem-se palavras no tempo, e sentimentos por ai...
Por onde não deviam de andar, não deviam de parar.
Deviam estar guardados onde estavam desde o inicio! De onde nunca nem jamais deveriam ter saído.
Mas saíram.
E perderam-se!
Andam por ai a vaguear...

Posso encontra-los, porém, talvez num sitio escuro, onde se confundem com a tristeza e as sombras da noite.
Linda será a manhã em que, ao encontra-los, poderei dizer-lhes o quão equivocados estavam eles.
Bem que o orgulho podia andar a vaguear por ai.
Queria que hoje fosse ainda Janeiro.
Que fizesse o mesmo frio que agora, mas que estivesse tudo bem como de então.
Frio fora, e dentro também.
Mas o que eu quero não passa apenas de mim.
Bom que não passe. Que esqueça apenas eu quando for lembrada.
Acontece amar e ser amada.
Acontece amar sem ser adorada.
Acontece lembrar e afinal não significar nada...

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Quero

Quero que seja sexta feira á noite.
Quero pensar que podemos ficar juntos toda a noite, e que eu possa chorar tudo o que agora quero e não consigo.
Quero que estejas ao pé de mim como sempre.
Poder dizer-te o quanto és importante, mesmo sem ter de gastar a pouca voz que me sobra.
Tentar ouvir o teu riso, enquanto me perco nos teus olhos, e tento parecer normal.
Ai como eu queria estar agora ao pé de ti. Ver os meus olhos através dos teus. Saber que estás e hás-de estar sempre aí.
Como eu não queria que sentisses como me sinto eu.
Fazes-me falta todos os dias.
Todos os minutos.
Os segundos.

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Afinal, estava errada!

Nós rimos
Gozamos
Criticamos.

Nós dizemos mal e defendemos o que e quem nos parece justo.
Mas quando nos toca a nós, quando o erro acontece connosco,
já não rimos,
gozamos,
nem criticamos.

Quando isso acontece,
as pessoas de quem nos rimos,
gozamos,
criticamos,
deveriam fazer-nos o mesmo.

Mas elas estão cá.
Apesar de tudo, elas estão cá.
E quem nós defendemos e apoiamos... Deixa-nos como estamos agora.
Porque há pessoas que realmente valem o esforço, que valem o trabalho.
Há pessoas que valem apena.
Mas quando tu te lembrares que eu existo, já eu vou ter esquecido que alguma vez te conheci.

Só um pedido de desculpas a quem foi gozado e criticado, e alvo de risinhos de crianças, que afinal valeu, valia e vale o esforço.