domingo, 9 de setembro de 2012

A sorte

Às vezes pergunto-me se valerá mesmo apena.
Se valerão apena os momentos que vivemos sozinhos. Aqueles em que estamos sozinhos. Aqueles em que o coração aperta e dói mais que as lágrimas.
Pergunto-me se valerá realmente apena lutar pela verdade, quando todos acreditam na mentira. Se vale apena lutar por alguém que tem mais esqueletos no armário que eu. Mais fantasmas na cabeça que eu.

Mas alguém violou a minha privacidade... Leu o que queria, o que não queria, o que devia, mas acima de tudo o que não devia! Coisas que era muito pessoais, e que não se contam a todos os amigos.
Mas ninguém acredita na minha palavra. E se agora valerá apena conhecer a verdade, porque valerá se todos preferem acreditar na mentira? Se todos se escondem na mentira, perdidos nos esqueletos e fantasmas. Se todos confiam na mentira?! Por mais provas e por mais válidas que sejam, de que vale o serem, se a minha verdade vai ter sempre menos peso que a actual mentira?
De que vale, se é assim que se desmascaram vidas, se encontram mentirosos. Se percebe quem afinal os manipula e os engana. A eles, que um pouco de sorte encontraram em todos os armários sujos e cheios de pó. Encontraram a nossa sorte e levaram-na, para dela fazerem o que quiserem. Para nos vencerem com as suas mentiras. Para mascararem a mentira, enquanto nós lutamos com a nossa verdade.
Mas o dia da verdade há de chegar. O dia em que todos vão saber quem são eles. O dia em que todos vão saber quem eles são, os que são enganados e os mentirosos. Mas principalmente, o dia em que os enganados vão enfrentar os mentirosos e saber a verdade. O dia em que os enganados não podem passar para o lado da verdade. O dia em que os mentirosos vão para de rir e ter sorte.
O dia em que a sorte vão chegar a quem realmente tem muito lutado por ela.