sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu Trajava...

Não houve um único dia que me sentisse mal ao trajar. Nenhum singelo e misero dia que simplesmente me apetecesse com toda a raiva e força despir aquele traje de luto.
Mas hoje, senti a dor de não poder ser o que aquele simples e honesto traje me deu. Senti a revolta de não poder estar à altura do traje que envergava, e não me contive. Aquele traje que me lembra bons e maus momentos, especialmente com amigos, com AQUELES amigos.
Aquela camisa branca, com cheirinho a lavado, a saia de forma pouco moderna, e o casaco humilde, que visto com orgulho sempre que posso. Hoje foi o dia em que chorei ao vesti-lo.
Enrolei-me na capa, deixei-a cair pelos ombros para demonstrar o meu luto, mas de pouco me serviu. Senti raiva por saber que as minhas memórias dentro daquele fato vão acabar em breve, e revolta por ser assim. O meu orgulho por aquelas peças de roupa, que tantas alegrias e sorrisos me deram em dois anos.
O sentimento de não ser nem mais nem menos que os outros, não ser melhor nem pior.
Acabou tudo hoje.
Receio que hoje tenha sido o dia em que o utilizei pela ultima vez, ou pelo contrário, o primeiro dia em que é apenas mais uma roupa no guarda-fatos.
Alguém acabou de matar o meu génio criativo. Também a minha pouca força de vontade e a minha alegria ingénua e espontânea. Que ele descansem em paz.

[sim, locus de controle externo... Que se dane! Não vou deixar de tentar ir-me embora, mas também já entendi as partes boas, posso entao chamar-lhe locus de controle interno??]

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Pura Felicidade

Querem tirar-te de mim.
Levar-me para longe, para onde não consigas visitar-me.
Querem levar o coração que me roubaste e que guardas com amor, mas vão arrancar-to das mãos sem que possas fazer nada.
Vamos antes fugir amor. Viver esta paixão como se de mais nada vivêssemos. Vamos ser felizes enquanto podemos ouvir cada silêncio de amor. Vamos correr e partir para o desconhecido, mergulhar na felicidade mais pura, e viver um sonho bem real.
Vamos! Vamos sorrir como se do ultimo, cada dia se tratasse.
Larga tudo. Trás apenas o essencial, o teu sorriso, os teus lábios, as tuas palavras doces, a tua protecção. E vamos morar bem longe, juntinhos e felizes. Com mais ou menos de um pouquinho de tudo, mas sempre contigo ao meu lado.
Agarra-me e abraça-me. Diz que me amas, de olhos fechados, enquanto me beijas.
Deixa-me dizer-te que me és tudo, mesmo que a vida não permita que o nosso sonho não seja tão perfeito como o que sonhamos. Mesmo que não corra como pensamos. Mesmo que não consigamos largar tudo, e viver juntos. Mesmo que este inferno dure apenas alguns dias ou mesmo que dure o resto da vida. Hás-de ser-me sempre o que foste desde o inicio. Hás-de ter sempre o que amo em ti. Hás-de conseguir aquele sorriso idiota, quando chego próxima de ti, sem, no entanto, notar que o esboço.
Mesmo que dure a vida inteira, tu, sem o meu coração por ti roubado, peço que na próxima vida, possas finalmente roubar-mo em paz. Sejas quem fores. Seja eu quem for. Seja lá quando for.
Peço só que, mesmo em alguma outra vida próxima, que me puxes pela mão, e que consigamos, finalmente ser plenamente felizes...

Amo-te Bruno Martinho