segunda-feira, 29 de março de 2010

Pertenço-te

Apetece-me roubar-te um beijo. Gritar-te o meu amor. Abraçar-te!
Mas estás a dormir... Xiu! Faço silêncio para que a minha imaginação não te acorde, mas tendo ver o teu sorriso de menino. És-me toda a felicidade que o mundo pode dar. Fazes o meu sorriso ser perfeito todos os dias, mas matas-me melhor do que já alguém soube matar.
Deixas-me sofrer e morrer, até que o amor se me acabe, e que o último pedaço do meu corpo consiga gritar que te ama, mas mesmo assim, eu amo-te! Porque me fazes renascer nas cinzas, da lama, do fundo. E me trazes brilho e alegria. Paz. Trazes-me mais do que poderia pedir-te, e amas-me mais do que posso pedir a alguém. Amas-me e eu amo-te, e ninguém de nós pode tirar isso. E o teu sorriso. E o teu brilho nos olhos. E a tua pele de bebé.
Tu fazes os meus olhos ver todas as cores e sonhar todos os sentimentos. Ah! [sorriso]
És vida. És protecção. O teu sorriso de menino derrete o meu coração. Os teus braços fortes protegem-me como se fosse talvez eu, ainda menina. As tuas mãos apertam-me e seguram-me com força.
Quero tanto ver o mesmo que tu vez, hoje. Amanhã. Todos os dias da minha vida!
Quero-te na minha vida, por mais que isso possa custar-me e custar-te, e por mais felicidade ou tristeza que isso possa trazer. És tu. TU! É para ti que envio a primeira mensagem do dia, é para ti que vai o meu primeiro sorriso, o meu primeiro olhar, o meu primeiro pensamento. Porque tu me és tudo. E eu amo. A ti. Como não fiz, e não conseguiria jamais fazer com outro alguém. Porque parece que te pertenço. Parece que ligamos como duas peças que se encaixam neste puzzle que é a vida!
Que assim seja...

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Não podia deixar de dar a minha palavra de... Solidariedade? Não... Oferecer a minha mão de amiga, ou o meu simples ouvido de boa ouvinte, para quem acreditou em tudo o que eu acredito. Em toda a felicidade que me preenche.
Eu acredito que quando Deus nos fecha uma porta, nos abre uma janela.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Devaneios

There's something about love that i still can't understard. There's something that i still can't fight with. There's something. In me. Something that makes me angry and unsatisfied. Something i can't stand. Something. Exploding in my heart, making me cry and scream. There's something missing. Something.

Qualquer coisa.
Qualquer coisa que falta. Falta de entendimento, de preocupação. Falta de pormenores. Falta de atenção aos mesmos. Falta. Ou talvez um penalty marcado na direcção errada, que falhou completamente o meu coração.
Desinteresse. Por mim. Por tudo. Pelo essencial. E "o essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas."
Há responsabilidade em cativar... Afinal!

terça-feira, 2 de março de 2010

A História da Mala de Viagem

Era uma vez uma mala. Não me interpretem mal, uma mala de viagem. Grande, robusta, colorida. Estava exposta numa loja de bairro, pequenina, mas a sua cor fazia com que todos os olhos saboreassem a sua beleza. Não demorou muito tempo para chegar alguém que quisesse a sua companhia. O seu preço não era alto, tendo em conta os dias de hoje, mas era um pouco acima da média, no tempo em que as cores desta mala trespassavam os corações de alegria.
Viajou por muitos países, conheceu outras malas, mais altas, mais gordas, de outras cores, religiões, profissões e línguas. Recolheu autocolantes, selos e brilhantes para que pudesse mostrar que tinha um mundo dentro dela, e que toda ela era um mundo. Na casa da senhora que a tinha comprado, uma senhora de meia idade, de pernas finas, de nariz muito pontiagudo e cabelos laranjas, haviam outras malas. De viagem, de mão, mochilas, todo o tipo de acessórios que apoiam maioritariamente o sexo feminino na arte de guardar o prescindível e o muito imprescindível. Havia um malão em particular, que atraia a mala de cores garridas. De linhas direitas, preto, a sua pele reluzia como um sol, e todas as malas estavam apaixonadas por ele, excepto a nossa mala. Como é de esperar, o malão ficou hipnotizado por tais cores tão belas, e, passados uns tempos, lá juntaram os tecidos.
Um dia, a mala foi convidada pelas suas amigas malas de mão para uma festa que seria dada no armário de uma delas. Foi um dia muito feliz para a nossa mala, de tal maneira que as suas cores se tornaram mais vivas! Finalmente o dia tinha chegado, mas dirigia-se para o armário com muitas dúvidas. Quando lá chegou definitivamente, deparou-se com algo que não esperava. A imagem quase lhe cegou as cores radiantes de alegria. As malas estavam modificadas! Muito modificadas! Tinham tecidos novos e reluzentes. Falavam entre elas sobre assuntos que a mala não era capaz de entender. Tinham cores novas, fechos diferentes, formas arrojadas, mais modernos, cortes extravagantes e modernos, e cores mais discretas. Tudo nelas era melhor e eficaz. Nelas circulava um cheiro incomodativo e desconhecido. "Mas eu continuo a conseguir carregar muito em mim! Roupas, acessórios, presentes. Memórias!" - pensou. Mas as malas sorriam e continuavam a falar como se ela não estivesse ali presente. Falavam, riam, falavam, sorriam, partilhavam experiências e palavras que a mala se esforçava para entender, mas não conseguia. Assim foi perdendo a cor. Apenas os autocolantes coloriam o cinzento quase preto que cobria todo o interior e exterior da mala - estaria prestes a deixar cair algumas lágrimas, diria eu que não sou mala - um cinzento tão negro, que fez com que a mala conseguisse confundir-se com o negro da escuridão, e sair do armário sem que se soubesse. Uma das malas de mão gritou um desculpa sentido, mas a palavra não ecoou no ar, pois continuaram os risos e as conversas de enigmas. Foi juntar-se ao malão, mas este permaneceu imóvel. Talvez tivesse morrido, pensou ela, ou apenas a dormir.
Na manhã seguinte, o malão saiu do seu cubículo, ainda meio extasiado pelo sono, e não voltou nesse dia. Nem nos seguintes. Nem nunca mais. Veio a saber tempos depois que teria sido enviado para uma fábrica para copiarem o seu modelo e que ele permanecera exposto no gabinete do administrador da fábrica, já falecido. O malão, claro.
O malão foi substituído por uma mala de viagem com rodas e cadeado, bastante moderna, mas igualmente simpática. A mala que outrora tivera cores e guardado memórias, partilhou a sua história, mas, no dia em que a terminou, avistou mais uma mala. "Que lugar irá ocupar?!" Não tardou a obter a sua resposta. A viagem foi longa e dolorosa. ainda pior que a de um avião, mas a mala sobrevivera. Não tinha reparado, mas tinha um corte, por onde tinha deixado sair algumas das suas lindas cores. Já cansada e gasta, foi atirada para um contentor do lixo, mas Deus escreve direito por linhas tortas, e a mala caiu imóvel no chão. Com frio e cheia de medo do que mais lhe iria acontecer, encolheu-se o máximo que pode, e assim passou alguns dias, quem sabe meses ou anos. Mas quando a chuva parou e a sua cor cinzenta começou a clarear, deparou-se com uma montra que lhe parecia familiar. a montra onde uma vez estivera exposta. A sua montra! Contemplou-a durante um tempo indeterminado, e quase que as suas cores estavam a voltar, até que alguém pegou na mala, a levou para casa e a cuidou com carinho. As suas forças escasseavam, mas dava o seu melhor para guardar todas as memórias que tentavam atafulhar dentro dela. Como isso a fazia feliz! Mas um dia, a derradeira memória, as roupas mais pequeninas que se podem fazer, uma das maiores felicidades que alguma vez se pode ter um presenciar, foram demasiado grandes para caber naquela mala, que em tempos multiplicava sorrisos. Neste dia, foram os seus donos que lhe deram um grande sorriso a ela, e assim partiu feliz...!