segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Vivo com um porco

Vivo com um porco.
Mas não é um porco a sério. Os porcos verdadeiros são mais asseados que ele.
Vivo com um porco, que não faz a mínima ideia do que é limpar. É um porco e não uma porca. Mas isso não pode ser desculpa. A não ser que os porcos não cheirem e não vejam, ele devia cheirar e ver.
Vivo com um porco que não entende qual é a diferença de deixar a casa de banho por limpar uma semana e duas semanas. Que me diz que usa tanto a casa de banho como a sala.
Vivo com um porco que acha que a casa é toda dele e que deixa os pertences dele onde lhe apetecer.
Vivo com um porco que usa o mesmo frigorífico que eu, que deixa tachos com arroz em cima do fogão, para os outros arrumarem no frigorífico dele.
Um porco que não vê quando acaba o papel higiénico, o detergente para a loiça ou para a mãos, ou os guardanapos. Acha-nos as criadas asseadas ou assim.
Como se não fosse já muito porco, de vez em quando não puxa o autoclismo. O porco que gosta de deixar a casa de banho (e acha normal!!) duas semanas por limpar.
O porco não sabe lavar a loiça. O porco é parolo. Mas a sério.
Diz que limpa quando não limpou.
O porco mete-se nas conversas alheias.
O porco não sabe quando o aquecedor esta ligado (tem daqueles botões rectangulares que quando está ligado acende uma luz).
O porco é mesmo porco e mexe na roupa interior das outras pessoas. E deixa a dele orgulhosamente estendida à vista do povo.
O porco escarra mais vezes no banho que eu na vida. E vai tomar banho à hora que lhe apetece. Mesmo que os outros tenham também horários para cumprir, o porco é orgulhosamente (e nojentamente) anarquista.
Diz que não usa o micro ondas e nem o suja, o porco que aquece todos os dias lá a comida.
O porco usa fato todos os dias. Mas é tão parolinho o porco, que usa um fato brilhante que parece que foi passado do direito. Horrível o porco! E a gravata amarela? Que parolo!
O porco é porco. Não tem regras. Não tem hábitos. Não tem maneiras.
Agora digam-me vocês, viviam com um porco?!