sábado, 26 de julho de 2008

(Sem Título)

Tu foste o meu grande amor.
Foste vida e morte.
Alegria e dor.
Amor e paixão.
O desejo e a amizade
O céu e a terra.
Foste a lua nos dias quentes e o luar nas noites frias.
Foste os pés na areia e as mãos a tocarem no infinito.
Trocaste a hipérbole pela comparação e foste algo que nunca poderias ter sido.
Foste as palavras.
Os sons.
Os movimentos.
A esperança.
O riso e o sorriso.
Foste o gelo por dentro e o fogo por fora.
Foste também o contrário.
Foste antónimo e sinónimo.
Alto e baixo.
Poder e devastação.
Tudo e nada.
Foste a Baixa à tarde e o Rossio à noite.
Foste as lágrimas a correrem pela cara.
Foste as saudades infinitas, mas ficaste-te apenas por ser vontade.
Foste o brilho nos olhos, e o reflexo no rio.
Foste o olhar meigo e o toque suave.
Foste ida e volta.
Foste pensar.
Foste sonho e plano.
Foste ideia e projecto pronto a ser concretizado.
Foste o exagero, a confusão, a exclusão e o peso na consciência.
Foste mal-entendidos que deviam ser entendidos como bem.
Foste apenas metade e vais embora sem que eu seja capaz de te tornar perfeito.
Foste e vieste, mas hás de ir outra vez.
E outra vez eu não serei capaz de ir contigo e voltar melhor.

Antes era um poeta perdido, agora sou um poeta achado.
Há frases que marcam...
Ainda vou voltar a ter aquele isqueiro!
Feeling...

Se eu tiver que perder seja quem ou o que for, para que sejas feliz, fá-lo-ei! Pois não ficarei triste por mim, mas mais que feliz por ti. [Obrigada pelas tuas palavras.]

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... é como comer chocolate com e sem açúcar...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Novo Acordo Ortográfico? Nem pensar!

Este Novo Acordo põe-me doente. DOENTE!

Como será amar-te assim, perdidamente...
Hei-de continuar a ser alma, e sangue, e vida em mim?!
Poderei eu dizê-lo cantando a toda a gente?!

Hei-de eu continuar a sentir o fogo que arde sem se ver?
Hei-de sentir uma ferida que dói e não se sente, não apenas excepcionalmente?
Hás-de sentir tu um contentamento descontente?!
E uma dor que desatina sem doer?

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta, que será dele?
Olhado com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.

Álvaro de Campos bem tinha razão.
Que há-de ser de todos ou outros que escreveram e se orgulharam da língua que falamos, ou falávamos.
Que acção mais abrupta! Que maneira óptima de retribuir à língua que nos tem mostrado a direcção através dos tempos.
Como que a moral entrarei eu na Auto-estrada envergando uma mini-saia?

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Eu não devo ser Eu

Gosto de ser ingénua.
De facto, gosto. Mas impressiona-me como podem as pessoas abusar de um defeito tão puro como este.
Dói-me ver certas coisas. Custa-me a crer em certos pormenores. Magoa-me pensar em determinados detalhes.
Na verdade, nem eu estou a ser justa para comigo mesma.
Estes dias não tenho sido eu. E quem paga por eu não ser eu, são os que gostam do meu eu tal como ele é. Talvez eu tenha mudado. Mas eu não mudo. Talvez eu tenha visto qualquer coisa que não devia. Mais eu não sei se vi. Talvez eu tenha sabido de qualquer pormenor. Mas eu não sei se cheguei a saber. Talvez eu tenha lido determinado detalhe. Mas eu não li. Não devo mesmo ter lido detalhadamente.

Não devo ter pensado, e te-lo expresso. Não devo ter perdoado e fechado os olhos. Não devo ter olhado. Não devo ter reparado. Não devo ter visto outra vez. Não devo ter tido a certeza que eras tu e não devo ter tido a certeza de que me magoaste a sério.
Não devo ter deixado de sorrir mesmo que fosse o patinho feio todos os dias. Não devo ter chorado ao pé dos amigos. Não devo ter tentado ser feliz e esquecer o que já passou. Não. Não devo!
Porque se o tivesse feito, eu não seria eu.
E eu não continuaria a sentir o que sinto.
E não sentiria que sou a pessoa que na realidade sou.
Porque há falhas que magoam demais. Há desculpas que só evitadas, mas também há amizades que compensam por tudo. Que compensam pelos segundos, pelos minutos, pelas horas, pelos dias, pelas semanas e pelos meses de ausência. Há amizades que são muito maiores do que a vista alguma vez poderá alcançar! Há amizades maiores que letras e palavras. Porque há amizades que nos fazem sair de casa. Amizades que nos fazem andar imenso. Amizades que só quem as tem pode entender. E por mais longe que a vida nos possa separar, chinesinha, há amizades que só por si, valem por muitas amizades boas.

Porque não vale a pena andarmos a procurar no exterior, o que só o interior pode dar. A embalagem é sempre o mais importante, mas o conteúdo, sempre mais valioso e duradouro/duradoiro. Mas a aparência vai ser sempre o mais importante, não é?
Já me devia ter habituado.
[AC, o teu coração é grande!]

E porque há pessoas que se descobrem no meio da adversidade. Amigos que se revelam quando mais precisamos. Palavras que se dizem de onde menos estamos à espera de as ouvir.
Surpresas que nos fazem, quando tentamos substituir alguém. Mas ninguém é substituível.
Felizmente!


Sem palavras para descrever esta música. Em português. De Portugal.

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

domingo, 13 de julho de 2008

Ser ou... Não ser

Ser o não ser,
ter ou não ter,
sentir ou não sentir,
magoar ou não magoar,
querer ou não querer,
saber ou não saber,
sentir ou não sentir.


Há momentos em que nos sentimos tão especiais que somos capazes de voar, mesmo sem termos asas.
Há momentos em que a felicidade é feita apenas por um grão de areia. Há momentos em que a felicidade não é uma tarde inteira, mas um minuto.
Há momentos em que a felicidade se traduz num sorriso, num olhar.
Há momentos em que podia explodir de alegria, correr até ao infinito, gritar como se sorrir não fosse suficiente para expressar tal alegria.
Mas há momentos em que ouvimos palavras que nos custam a aceitar, lemos palavras que sem sabermos porque nos magoam.
Sentimos e guarda-mo-lo apenas para nós. Mas continuamos a sorrir, embora não haja grande vontade.


Tenho um feitio especial, e depois?
Posso não ser perfeita, mas posso ser feliz?
Posso não ser tão bonita, mas tenho direito a ser feliz?
Posso não ser tão simpática, mas posso ter esse direito?
Posso não ser tão extrovertida, mas posso ser feliz?
Posso não ser rica em sonhos nem rica eu ouro, mas isso impede-me de ser feliz?
Mas será que só as pessoas bonitas têm direito a realizar sonhos?
Se calhar é tempo de tempestade. É!
É tempo de deixar de ser ingénua e ver o que tem de ser visto. É tempo de saber dizer não ao que tem de ser dito. É tempo de assumir sentimentos. É tempo de não ter problema em assumir quem e o que sou! É tempo de arranjar sítio para o que sinto e que está prestes a explodir. É tempo de amar seja quem for, seja pelo que for, independentemente da raça, sexo ou cor. É tempo de crescer e mostrar que não há medo de enfrentar a vida.

É a Hora!

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Escrevo

Faço.
Sinto.
Páro.
Penso.

Volto a fazer.
Penso.
Continuo.
Páro!

Arrependo-me!
Penso.
Sinto outra vez.
Não faço.
Páro.
Chateio-me.
Contenho-me.
Penso.
Escrevo.
Páro.
Revejo.
Apago.
Reescrevo.

Penso.
Sinto.
Calo-me.
Mostro.
Arrependo-me.
Vejo.
Olho.
Escuto.
Sinto uma vez mais.
Tenho?
Não.
De que me valeria ter?

Odeio mentiras. Mas há alguma coisa na vida que não se consiga a custo delas? Eu pensava que sim! Ingenuidade...

Saudades dos amigos. Amo-vos! O mundo merece-vos, vocês merecem tudo!


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Não ao Novo Acordo Ortográfico

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Calor

Há coisas fantásticas, não há?
De facto há! E tu és uma delas!

Estou a tornar-me uma pessoa normal, com posts normais. Com pensamentos normais, letras mais normais e palavras muito mais normais.
Estudar matemática, também deveria ser normal. Mas é do pânico. E do calor.
Preciso de um copo de água fresca, e de uma piscina para poder mergulhar.
Preciso de espaço para voar, e tempo para me compreender.
Sei o que quero, e o que quero não querer.
Não espero que me respondam, apenas que compreendam as minhas dúvidas.
Não espero que me julguem, apenas que me entendam.

Falta pouco para estar de férias. Falta pouco para completar mais um ano. Falta pouco para voltar às aulas, e repensar tudo outra vez. Falta pouco para definitivamente cumprir os objectivos estipulados. Se assim fosse...
Mas é do calor!

Só sentimos falta das pessoas quando as perdemos.
Vou ter saudades de muitas pessoas este Verão. Nunca pensei!
Um novo ano, repleto de amigos incríveis. Vou mesmo ter saudades! Felizmente!
Mas é do calor!
É do calor... que justificação parva!

[organização e imaginação precisa-se!]
["oh yeah! there will be blood!", saudades!]
sim, beijo para todos os que merecem! ;)


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Não ao Novo Acordo Ortográfico