quarta-feira, 16 de julho de 2008

Eu não devo ser Eu

Gosto de ser ingénua.
De facto, gosto. Mas impressiona-me como podem as pessoas abusar de um defeito tão puro como este.
Dói-me ver certas coisas. Custa-me a crer em certos pormenores. Magoa-me pensar em determinados detalhes.
Na verdade, nem eu estou a ser justa para comigo mesma.
Estes dias não tenho sido eu. E quem paga por eu não ser eu, são os que gostam do meu eu tal como ele é. Talvez eu tenha mudado. Mas eu não mudo. Talvez eu tenha visto qualquer coisa que não devia. Mais eu não sei se vi. Talvez eu tenha sabido de qualquer pormenor. Mas eu não sei se cheguei a saber. Talvez eu tenha lido determinado detalhe. Mas eu não li. Não devo mesmo ter lido detalhadamente.

Não devo ter pensado, e te-lo expresso. Não devo ter perdoado e fechado os olhos. Não devo ter olhado. Não devo ter reparado. Não devo ter visto outra vez. Não devo ter tido a certeza que eras tu e não devo ter tido a certeza de que me magoaste a sério.
Não devo ter deixado de sorrir mesmo que fosse o patinho feio todos os dias. Não devo ter chorado ao pé dos amigos. Não devo ter tentado ser feliz e esquecer o que já passou. Não. Não devo!
Porque se o tivesse feito, eu não seria eu.
E eu não continuaria a sentir o que sinto.
E não sentiria que sou a pessoa que na realidade sou.
Porque há falhas que magoam demais. Há desculpas que só evitadas, mas também há amizades que compensam por tudo. Que compensam pelos segundos, pelos minutos, pelas horas, pelos dias, pelas semanas e pelos meses de ausência. Há amizades que são muito maiores do que a vista alguma vez poderá alcançar! Há amizades maiores que letras e palavras. Porque há amizades que nos fazem sair de casa. Amizades que nos fazem andar imenso. Amizades que só quem as tem pode entender. E por mais longe que a vida nos possa separar, chinesinha, há amizades que só por si, valem por muitas amizades boas.

Porque não vale a pena andarmos a procurar no exterior, o que só o interior pode dar. A embalagem é sempre o mais importante, mas o conteúdo, sempre mais valioso e duradouro/duradoiro. Mas a aparência vai ser sempre o mais importante, não é?
Já me devia ter habituado.
[AC, o teu coração é grande!]

E porque há pessoas que se descobrem no meio da adversidade. Amigos que se revelam quando mais precisamos. Palavras que se dizem de onde menos estamos à espera de as ouvir.
Surpresas que nos fazem, quando tentamos substituir alguém. Mas ninguém é substituível.
Felizmente!


Sem palavras para descrever esta música. Em português. De Portugal.

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Não ao Novo Acordo Ortográfico

1 comentário:

Anónimo disse...

"Eu não devo ser Eu"?
Tu tens de ser Tu :)


E o teu também é enorme :)

Bjnh*