sábado, 9 de janeiro de 2010

Aperto

Há muito mais num amor, que simplesmente atracção.
Há muito mais raiva na dor, que simplesmente frustração.
Há muito menos pessimismo na tristeza que optimismo na alegria.
Há apenas três dedos de felicidade quando escrevo. O coração é-me arrancado do peito num misto de tranquilidade e completo desespero.
Olho para tudo e vejo que nada deve ter alguma solução. A menos que a solução seja melhor que coisa nenhuma. Olho mas não vejo.
Quis esquecer o que me preocupava, mas apenas consegui desaparecer do mundo, esquecer como se sorri. Procurei soluções onde elas não existiam, mas encontrei esperança onde não acreditava estar.
Senti-me estranha. Sinto-me estranha. Sou estranha, quando enfrento toda aquela gente, a quem sorria todos os dias. Todos me sorriram de volta, mas fechei-me na minha concha e agora tenho medo de sair. Tenho medo de errar. Toda a esperança que tinha ao inicio só me tem deixado mais e mais desiludida. Falsas esperanças. Talvez falsos caminhos, completamente percorridos. Não há maneira de voltar atrás.
Os anos vão passando, e vou procurando uma saída neste caminho que é a minha vida. a cada passo, muitas portas se fecham. Muitas mais do que as que tendem a abrir. Só não há volta a dar. O que está para trás, ficou para trás. As paredes são grandes e consistentes. O tecto não deixa resplandecer como teriam sido outros caminhos. Fico-me pelo admirar a paredes que me envolvem e grito: "Eu podia ter sido melhor desse lado!", mas ninguém responde. Eu realmente podia ter sido bem melhor...

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