Este Novo Acordo põe-me doente. DOENTE!
Como será amar-te assim, perdidamente...
Hei-de continuar a ser alma, e sangue, e vida em mim?!
Poderei eu dizê-lo cantando a toda a gente?!
Hei-de eu continuar a sentir o fogo que arde sem se ver?
Hei-de sentir uma ferida que dói e não se sente, não apenas excepcionalmente?
Hás-de sentir tu um contentamento descontente?!
E uma dor que desatina sem doer?
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta, que será dele?
Olhado com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Álvaro de Campos bem tinha razão.
Que há-de ser de todos ou outros que escreveram e se orgulharam da língua que falamos, ou falávamos.
Que acção mais abrupta! Que maneira óptima de retribuir à língua que nos tem mostrado a direcção através dos tempos.
Como que a moral entrarei eu na Auto-estrada envergando uma mini-saia?
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Não ao Novo Acordo Ortográfico
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